Cool

A primeira vez que ela vestiu um Givency foi no filme Sabrina, mas foi usando um pretinho básico do estilista no filme Breakfast Tiffany’s (Bonequinha de Luxo) que a palavra cool encontrou o seu melhor sinônimo. Quem diria! Logo uma história de amor entre uma garota de programa e um gigolô se transformar num dos contos de fadas mais inspiradores da década de 60. O mundo estava mesmo ficando de cabeça para baixo e Holly Golightly estava lá, para anunciar os novos tempos. Claro que eu estou falando de Audrey Hepburn. Sem exageros, Bonequinha de Luxo foi uma revolução estética graças a ela porque, como se não bastasse sua beleza ter sufocado os preconceitos, o filme também desbancou a preferência por loiras e mulheres de curvas insinuantes no cenário de Hollywood. Há quem afirme que as pessoas jamais aceitariam com tanta naturalidade a vida vadia da cortesã novaiorquina que só queria saber de diamantes da Tiffany’s, se não fosse a singularidade de Audrey. A imagem frágil e delicada de Hepburn deu o contraste perfeito à descolada personagem de frases espirituosas. Tá, estou ignorando o fato de que o conto de Capote supera em muito o filme e que Audrey não foi tão fiel assim à bagaceira da personagem no livro, servindo até a uma censura do sentido da obra original. Mas foda-se! Eu adoro rever os passeios glamorosos de Holly pela Nova York da década de 60. Adoro suas viradas de noite com direito a cigarro com piteira, fugas pela janela e café da manhã em frente da Tiffanys, embora ela tenha plena consciência que é de extremo mau gosto uma mulher usar diamantes antes dos 40.